Queimei a língua!

Hoje eu queimei a língua.
Fui com tanta sede ao pote que queimei minha língua.
Ela já tava queimada de antes,
De outra sede ao pote.
Nem lembro do que exatamente.

Talvez café, para me manter acordada e agitada…
Mas dessa vez foi coxinha.
Acabado de sair do forno
Deliciosa, por sinal, mas quente…
Muito quente!

E dei aquela mordida,
Como quem quer tudo de uma vez,
Tudo naquela hora.
Já esperei demais,
Tava com fome

Matei a fome.
Espanquei minha língua.
Não me arrependo por completo.
A dor passa,
A história fica.

Depois de viver aprisionada por um tempo,
Eu tenho fome de vida,
Fome de experiências,
Faminta por vivências…

Tenho atravessado o sinal,
O limite do bom-senso,
Atropelado o orgulho próprio
E mordido antes da hora

E um pedaço grande,
Chega de miséria.
Quero tudo,
Quero mais!

O coração queima,
Arde!
Não me arrependo por completo

A dor do fogo passa
As histórias sempre ficam
E o meu coração?
É o mais bem passado de todos!